Você pode não saber, mas certamente utiliza pelo menos um serviço/produto de uma empresa startup. Quer ver só?
- Você chama motoristas de aplicativos para passear ou ir ao serviço?
- Costuma pedir lanches em apps de delivery?
- Quando chega em casa, tira alguns minutos para relaxar assistindo streaming?
- Utiliza bancos digitais para fazer seus pagamentos e controle financeiro?
Se a resposta para uma dessas perguntas foi positiva, então, provavelmente algumas empresas que são ou começaram como startups fazem parte da sua rotina.
Agora, e se você não apenas usasse essas soluções no seu dia a dia, mas criasse a sua própria? Um produto ou serviço inovador, que resolva um problema grande de determinado mercado, tenha potencial de crescimento e seja escalável?
Com este guia completo, com tudo sobre startup, você pode descobrir quais os primeiros passos para começar um negócio nesse tipo de modelo e como conseguir bons investidores.
Quer saber mais sobre o assunto? Então, continue a gente. Vamos lá!
O que você verá no artigo:
O que é uma startup e como funciona?
Uma startup é um tipo de empresa desenvolvida para atender uma necessidade específica de um grupo de pessoas. Para fazer parte desse modelo, o negócio precisa apresentar três características: baixo investimento inicial, potencial para crescer rapidamente e reprodução ilimitada do seu produto/serviço.
Para Eric Ries, empreendedor do Vale do Silício e autor do livro Lean Startup, esse tipo de empresa pode ser definida como uma “instituição humana desenhada para criar um produto ou serviço novo em condições de extrema incerteza”.
Isso porque, ao mesmo tempo em que as startups têm competência para se tornarem grandes negócios, elas também são consideradas empresas de alto risco. Logo, podem não conseguir se firmar e ir para frente.
Leia também: Growth marketing: o que é + principais etapas do funil de crescimento
Afinal, toda empresa é uma startup?
Como dito, esse é um modelo de negócio, e existem diversos outros tipos no mercado. Por isso, podemos dizer que todas as startups são empresas, mas nem todas as empresas são consideradas startups.
Existem alguns aspectos que diferenciam uma startup de uma empresa tradicional, como:
- inovação: em geral, quando uma startup que surge no mercado busca apresentar uma ideia, um produto ou serviço que seja novidade, algo diferente do que já existe atualmente.
- escalabilidade: uma das características mais marcantes das startups é a escalabilidade, ou seja, a capacidade de aumentar sua produção ou alcance sem aumentar, proporcionalmente, seus custos.
- tempo de mercado: uma startup, além de atender os outros requisitos, deve ser uma empresa em estágio inicial. À medida que cresce, o negócio deixa de ser uma startup e se torna uma empresa consolidada.
- crescimento rápido: por focar na inovação, uma empresa desenvolvida sob o modelo de startup busca por crescimento rápido e conquista de mercado.
- risco e incerteza: também por trabalhar com ideias ousadas e diferentes, essas empresas atuam em ambientes de alto risco e incerteza. Afinal, pode ser que seu produto/serviço seja bem aceito e dê muito certo, mas pode ser que não.
Em outras palavras, uma startup traz uma novidade para o mercado, com capacidade de escalar, trabalhando com um baixo investimento, estrutura e recursos enxutos, mas altamente produtivos.
Empresa tradicional x startup: exemplo
Para deixar a diferença entre as startups e as empresas tradicionais ainda mais clara, imagine os seguintes cenários.
Quando as locadoras de filmes ainda eram comuns, o dono da loja precisava investir na infraestrutura e em fita VHS ou DVD, que posteriormente seria alugado por um cliente por vez.
Agora, pense na estrutura de um streaming de filmes atual. Nesse caso, como os acessos são feitos pela internet, pagando uma assinatura, diferentes pessoas podem assistir o mesmo filme, ao mesmo tempo.
Nesse caso, o investimento em um filme/série trouxe um retorno muito maior, considerando o número de clientes que pode ter acesso ao mesmo produto, simultaneamente.
Nesses exemplos, podemos entender a locadora de filmes como um negócio tradicional, enquanto o streaming atua no modelo de startup.
Quais são os principais tipos de startups?
Existem 6 principais tipos de startups. São eles:
- small business startups
- large company startups
- social startups
- lifestyle startups
- buyable startups
- scalable startups
A seguir, descubra os detalhes de cada um.
Small business startups
O principal diferencial desse modelo é sua atuação limitada.
Isso acontece tanto porque a empresa não busca uma escala global, quanto pela sua gestão, que costuma ser feita por empreendedores individuais sem tanta experiência de mercado.
Apesar de pequena, esse tipo de startup possui relevância no mercado local e contribui para a movimentação da economia.
Large company startups
Diferentemente do small business, que é se trata de uma empresa nova, a large company é um modelo utilizado por negócios que já são estabelecidos no mercado, muitas vezes grandes corporações.
Nesse caso, normalmente, a empresa perde a relevância e eficiência com o passar dos anos, e para se manter aberta, investe em inovação para se reinventar.
De forma resumida, podemos dizer que uma large company era uma empresa tradicional que, agora, atua nos moldes de uma startup.
Social startups
Como o nome indica, esse tipo de negócio possui uma missão social, o que pode englobar questões econômicas, ambientais, entre outras. Sabe quando um empreendedor fala que “quer fazer diferença no mundo”? É aqui que ele se encaixa!
O foco principal dessa empresa é gerar um impacto positivo, solucionar uma questão geral da sociedade, como problemas na área da saúde, educação, meio ambiente e afins.
Lifestyle startups
Uma startup é considerada um modelo de lifestyle quando seu foco está inteiramente em sua grande ideia ou sonho, deixando o lucro em segundo plano.
Aqui, o que move o trabalho tanto do empreendedor, como das pessoas que trabalham no local, é a confiança no produto/serviço. Basicamente, elas estão ali porque aquela ideia se alinha com seu estilo de vida e seus valores.
Buyable startups
Uma buyable startup é um negócio inovador, com uma solução diferente de tudo que já se viu no mercado, mas cujo empreendedor não possui recursos financeiros para começar a empresa.
Por isso, ela é chamada de “buyable”, que pode ser traduzido como “comprável”.
Nesse caso, o empreendedor precisa “vender a ideia”, encontrar outra empresa ou pessoas que queiram investir para colocar o negócio no mundo.
Scalable startups
Diferentemente do modelo buyable, em que a empresa ainda não existe e é preciso que um investidor “compre a ideia”, a scalable é uma startup que já está funcionando, mas precisa de capital de giro para fazê-la crescer.
Uma característica desse tipo de negócio é ser replicável e escalável. Ou seja: ter muito potencial de crescimento, caso sejam feitos os investimentos certos.
Esses são os modelos de startup mais comuns no mercado. É importante saber que uma empresa pode incorporar elementos de mais de uma categoria, tendo mais de um objetivo para suas operações.
Um exemplo seria uma startup social, que visa impactar positivamente a sociedade, que também é lifestyle. Ou seja: seu objetivo é quase uma missão de vida para o empreendedor e as pessoas que atuam naquele projeto.
Leia também: Como conseguir capital de giro para sua empresa e gerenciá-lo de forma eficiente
Quais são as 5 fases de uma startup?
Entre tirar a ideia do papel e transformá-la em um negócio, o desenvolvimento de uma empresa passa por diversas etapas. Elas podem variar dependendo do modelo adotado, porém, existem cinco fases que normalmente toda startup vivencia:
- ideação: quando o empreendedor identifica uma oportunidade de mercado e cria uma grande ideia para solucionar determinado problema/suprir uma demanda;
- validação: a segunda fase é a hora de apresentar a ideia para outras pessoas, a fim de validá-la, ou seja, verificar se você não está ficando louco. Normalmente, essa etapa envolve prototipagem ou a criação de um produto mínimo viável (MVP), uma maneira de testar a solução para ver se funciona;
- operação: aqui é a hora de começar a produzir e comercializar os primeiros produtos/serviços. Basicamente, nessa fase os investidores fazem os aportes financeiros, a ideia vai para o mundo e o empreendedor descobre se há interesse por essa solução no mercado;
- tração: essa é a fase de maturidade de um negócio, quando ele já está validado e em plena operação. Aqui, a empresa já conta com uma base sólida de clientes e já gera bastante lucro;
- escala: por fim, a escala, como o termo indica, é o estágio de expandir o negócio. Nessa última etapa, o foco é escalar a empresa, melhorando sua receita sem aumentar os custos.
Exemplos reais de startups
Para tornar o conceito de startup ainda mais real em sua mente, que tal conhecer algumas empresas que começaram no mercado como startups e, hoje, são grandes negócios consolidados? Vamos lá!
Uber
A Uber é uma empresa que está presente em mais de 10 mil cidades pelo mundo, mas que começou como todo negócio: com uma simples ideia.
Atuando na área de tecnologia, a dona do aplicativo que conecta usuários a motoristas parceiros existe desde 2010 — e contou com aportes financeiros de investidores anjo e capital de risco.
A empresa chegou ao Brasil em 2014. Hoje, além dos serviços de mobilidade, também oferece soluções de delivery, com a entrega e envio de produtos.
iFood
Outra empresa famosa por facilitar a vida dos usuários é o iFood, um dos serviços de delivery mais populares em todo o mundo.
Segundo o CEO Fabricio Bloisi, o iFood é uma foodtech de grande porte. Logo, para ele, o negócio opera em dois modelos: como uma startup, focando no viés da inovação, e como uma grande empresa.
A solução surgiu em 2011 e já foi considerada uma startup unicórnio, termo designado para empresas que fazem um grande feito: ser avaliada em 10 dígitos (um bilhão de dólares) sem ter aberto seu capital na bolsa de valores.
Airbnb
O Airbnb é uma startup norte-americana, presente em 191 países, cuja solução é conectar hóspedes a donos de apartamentos e casas para aluguel de temporada.
A empresa foi criada em 2008 e contou com diversos investidores ao longo dos anos para sua expansão, como Peter Thiel (um dos criadores do PayPal) e o ator Ashton Kutcher, que também já investiu na Uber.
Veja também: 5 principais linhas de crédito para empresas e como conseguir
Dicas para ter uma startup
Encontre um problema para resolver
Já deu para entender que falar de startup é falar de inovação, não é? Então, se você quer seguir esse modelo de negócio, precisa ter uma ideia única, moderna, criativa, que vai trazer solução para um determinado grupo de pessoas.
Para isso, você deve pesquisar o mercado, interagir com potenciais clientes e fazer uma análise aprofundada das necessidades não atendidas.
Quanto mais clara e precisa for sua compreensão do problema, mais eficaz será o produto/serviço desenvolvido.
Procure bons investidores
Encontrar investidores adequados é crucial para o crescimento de uma startup. Procure investidores que compartilhem a visão da empresa e possam oferecer mais do que apenas capital, como experiência no setor, networking e orientação estratégica.
Para isso, não tenha medo de vender sua ideia: prepare um plano de negócios sólido, que demonstre todo o potencial de crescimento dessa futura empresa.
Além disso, é importante buscar financiamento de fontes confiáveis, como investidores anjo, capital de risco ou programas de aceleração.
Forme uma equipe complementar e estratégica
A equipe é um dos fatores mais críticos para o sucesso de um negócio. Então, procure por profissionais que possuam habilidades complementares às suas.
Uma equipe diversificada em termos de habilidades, experiências e perspectivas pode enfrentar desafios de maneira mais abrangente.
Além disso, certifique-se de que todos compartilham a visão da empresa e estão comprometidos com os objetivos comuns. O alinhamento da equipe é essencial para superar os desafios que surgem ao longo do desenvolvimento de uma startup.
Como conseguir investimento para uma startup?
Agora que você já sabe tudo sobre startup, vamos falar sobre como conseguir um investidor para esse tipo de negócio?
Se você identificou uma grande oportunidade, mas não tem dinheiro para dar o pontapé inicial, você pode buscar investidores anjo, pessoas com dinheiro buscando grandes oportunidades de negócios para investir.
Pode ainda optar por sites de crowdfunding, onde você lança sua ideia e as pessoas aportam valores diversos, caso acreditem na sua ideia como algo realmente inovador.
Se nada disso der certo, você pode tentar um empréstimo com familiares ou até mesmo num banco, mas antes disso pare e reflita sobre dois pontos: sua ideia é realmente atrativa? Você está sabendo vendê-la?
Essas duas perguntas são fundamentais porque, se você não conseguir convencer investidores anjo ou financiadores coletivos sobre a sua ideia, talvez você tenha que repensá-la e talvez transformá-la em algo mais chamativo ou que proporcione soluções mais especializadas.
Ser autocrítico nessas horas é muito importante para que você não perca seu tempo e seu dinheiro!
O papel da tecnologia no mercado de startup
Para fechar com chave-de-ouro esse guia completo sobre startup, não podemos deixar de falar sobre a importância da tecnologia para esse modelo de negócio.
Basicamente, são os avanços tecnológicos que permitem que as empresas inovem e criem soluções superiores às tradicionais, que são usadas há anos.
É por isso que, em geral, a tecnologia é o elemento central de uma startup. Afinal, ela facilita a escalabilidade do negócio, melhora a eficiência operacional e pode até mesmo se tornar uma vantagem competitiva no mercado.
Basta lembrar do nosso exemplo de locadoras de filmes vs. plataformas de streaming. Se não fossem os recursos tecnológicos, o acesso a diversos produtos via internet não seria possível!
Então, se você tem uma ideia diferenciada para um negócio, não se esqueça de investir em recursos, ferramentas e sistemas que facilitem sua rotina.
Para colocar sua empresa no mundo e fazer um bom gerenciamento, um ERP, sistema integrado de gestão empresarial, é crucial.
Com ele, você pode cuidar das finanças, fazer integrações com outros sistemas, acompanhar relatórios detalhados, cadastrar fornecedores, receber pagamentos e muito mais!
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