Segundo uma pesquisa do Grupo Descartes Systems, 67% dos consumidores ainda enfrentam falhas na entrega via e-commerce. Evitar esse tipo de problema é essencial para manter a competitividade e envolve a busca por novas soluções. Entre as opções, está o cross docking.
Esse método e distribuição transforma a logística de negócios — incluindo lojas virtuais — e é capaz de melhorar a satisfação dos clientes. Ao mesmo tempo, o sistema tem particularidades que você precisa conhecer antes de adotá-lo.
Na sequência, você descobrirá o que é o cross docking e entenderá como ele funciona. Acompanhe!
O que você verá no artigo:
O que é cross docking?
O cross docking é um modelo logístico no qual os produtos são recebidos, separados e enviados em um curto período, o que diminui a necessidade de armazenagem. Em vez de ficarem no estoque, os itens são movimentados com maior rapidez.
Esse modelo de distribuição ganhou popularidade nos Estados Unidos, por volta da década de 1930. Em tradução livre, o termo significa “cruzamento de docas” e se relaciona exatamente a essa integração entre processos logísticos para manter a mercadoria em movimento.
Depois de saber o que é cross docking, é preciso compreender o seu funcionamento. Continue a leitura!
Como funciona o cross docking?
Para funcionar corretamente, o cross docking é estruturado em quatro etapas principais: recebimento, separação, expedição e entrega. Como você pode ver, o armazenamento fica de fora do processo, ao contrário do modelo convencional de distribuição.
A seguir, confira detalhes sobre cada uma dessas etapas!
Recebimento dos produtos
Uma vez que a empresa faz uma nova venda ou que há uma demanda com vazão garantida, o fornecedor recebe um pedido. Em vez de enviar para o armazenamento da empresa, a empresa fornecedora manda o produto para um centro de distribuição.
Nesse momento, as mercadorias entram no sistema por meio de um registro. Essa etapa é necessária para manter o controle sobre entradas e saídas, além de ajudar a identificar os itens e garantir que estejam de acordo com as especificações.
Separação e organização
Já no centro de distribuição, os produtos recebidos e registrados passam por uma etapa de separação e organização. O foco está em determinar quais produtos seguem para quais clientes e rotas.
Essa etapa difere da distribuição tradicional porque no modelo padrão seria preciso encontrar o item no estoque para só então prepará-lo para o envio. Com o cross docking, o recebimento por parte do fornecedor elimina essa etapa.
Expedição para transporte
Depois que ocorre o processo de separação, as mercadorias passam por uma preparação para a expedição. Essa fase pode incluir uma nova embalagem, além de envolver a conferência de dados e a verificação se todos os itens estão corretamente no pedido.
É nessa fase que há a emissão dos documentos necessários, como notas fiscais e conhecimentos de transporte. Tudo deve ocorrer de modo correto para o despacho acontecer o mais rapidamente possível.
Entrega para o cliente
A última etapa é o envio do pedido para o cliente final ou para o ponto de venda. A transportadora ou outro operador logístico chega ao centro de distribuição, recolhe os pedidos e realiza a entrega de acordo com a rota definida.
Note que todo esse processo ocorre de forma rápida, sem que os produtos fiquem armazenados por longos períodos. Para tudo funcionar, é preciso haver uma coordenação eficiente entre fornecedores, centros de distribuição e transportadores.
Com essas informações, agora você sabe como funciona o cross docking. Mas que tal entender esse sistema na prática?
Exemplos de cross docking
Por suas características, o cross docking é bastante utilizado em setores que exigem rapidez na entrega, como o e-commerce e a indústria alimentícia.
Nas lojas virtuais, esse modelo ajuda a atender a demanda crescente por entregas rápidas e custos menores. Para o setor alimentício, essa é uma alternativa ideal para garantir que os alimentos cheguem frescos e adequados ao distribuidor ou cliente final.
Entre os exemplos de cross docking no Brasil estão as grandes redes de supermercado, como Carrefour e Grupo Pão de Açúcar. As marcas operam centros de distribuição em locais estratégicos e recebem mercadorias de diversos fornecedores, com o envio rápido para as lojas.
A Amazon é outro bom exemplo, especialmente quando consideramos o papel do marketplace nas vendas. Para garantir eficiência nas entregas, a varejista recebe produtos de fornecedores menores em seus centros de distribuição e direciona-os em um curto período para os clientes.
As grandes lojas de departamento também utilizam esse modelo, como a Renner. A ideia é repor rapidamente as peças nas lojas, ao mesmo tempo que é possível ter itens novos e que acompanham as tendências de moda.
Quais as vantagens e desvantagens do cross docking?
O cross docking apresenta diversos pontos positivos, do ponto de vista da eficiência e dos custos operacionais, como:
- redução dos custos com estoque;
- agilidade na entrega;
- maior controle na entrega;
- menor risco de obsolescência.
Já as desvantagens principais se relacionam às exigências sobre a estrutura e a coordenação de todos os participantes, como:
- necessidade de coordenação;
- dependência de um sistema bem integrado;
- riscos de atrasos.
Entenda melhor cada um dos pontos a seguir!
Redução dos custos com estoque
A entrega no cross docking é feita diretamente dos fornecedores para o centro de distribuição. Assim, você não precisa se preocupar em manter os produtos em estoque a todo o momento, o que serve para cortar os altos custos que a estocagem pode trazer.
Você não precisa gastar com o aluguel de galpões, manutenção de equipamentos ou segurança do local, por exemplo. Ainda, menos capital fica imobilizado na forma de estoque, o que ajuda a melhorar o fluxo de caixa.
Agilidade na entrega
O sistema de cross docking é muito eficiente e traz mais rapidez e agilidade ao processo de entrega, o que colabora para que os clientes fiquem mais satisfeitos com a empresa.
O principal motivo é a eliminação da etapa relacionada ao armazenamento. Como os produtos seguem diretamente dos fornecedores para os pontos de venda ou clientes finais, toda a logística se torna muito mais eficiente e funcional.
Maior controle na entrega
Outro aspecto para considerar é que o cross docking permite ter muito mais controle sobre a entrega, por centralizar as informações. Como não é preciso passar pela fase de entrada e saída do estoque, fica mais fácil acompanhar a movimentação dos produtos.
Essa visibilidade é importante para aumentar a segurança e ainda ajuda a obter insights sobre como melhorar os processos.
Menor risco de obsolescência
Manter os produtos por longos períodos no estoque aumenta o risco de obsolescência. Essa questão é especialmente válida para itens com alta rotatividade e para produtos perecíveis, como nas varejistas alimentícias.
Como o cross docking mantém os produtos em movimento rápido, há menos riscos de desperdícios e de prejuízos. Como consequência, há menos impactos negativos na lucratividade.
Em relação às desvantagens, você viu que há aspectos que exigem atenção. Saiba mais!
Necessidade de boa coordenação
O funcionamento adequado do cross docking exige um bom nível de coordenação entre todos os participantes: fornecedores, empresas e transportadoras. Se o fornecedor cometer um erro no envio dos produtos, o negócio terá dificuldades para despachar os itens para os clientes.
O comprometimento do fluxo logístico pode causar diferentes gargalos, em especial em relação ao atraso nas entregas. Os efeitos incluem a insatisfação dos clientes e a perda de competitividade no mercado.
Dependência de um sistema bem integrado
Outra desvantagem é o fato de o cross docking exigir uma integração intensa entre todos os processos. Além da sincronia entre os participantes, é necessário organizar e monitorar as etapas em tempo real.
Qualquer problema de integração pode gerar erros e ineficiências, o que compromete o funcionamento do cruzamento de docas como previsto.
Riscos de atrasos
Como você viu, o cross docking requer muita sincronia e integração para tudo funcionar conforme o esperado. Já que há uma dependência dos parceiros, como fornecedores e transportadoras, aumentam os riscos de atrasos.
O fato de os produtos não ficarem disponíveis no armazenamento diminui a margem de segurança caso um imprevisto aconteça, como um fornecedor não conseguir fazer as entregas previstas. Logo, há mais chances de os clientes ficarem insatisfeitos.
Como fazer cross docking?
A implementação do cross docking exige bastante planejamento e integração para garantir um fluxo logístico eficiente. Logo, adotar esse modo de distribuição requer atenção extra com os aspectos de preparação.
Na sequência, confira dicas de como implementar o cross docking!
Invista em tecnologia
O investimento em tecnologia é fundamental para adotar o cross docking com eficiência. Um sistema de gerenciamento de armazém (WMS, na sigla em inglês) automatiza diversas etapas e centraliza dados, o que permite fazer uma gestão eficiente.
O investimento em tecnologia também envolve o ERP (Enterprise Resource Planning), que é um sistema de gestão empresarial que permite a organização de fluxos e operações. Essa opção é essencial para que o negócio se mantenha íntegro e os gestores tenham maior controle sobre os processos.
Na prática, a organização e o controle sobre o fluxo de mercadorias são determinantes para o sistema de cross docking ser implementado da maneira correta. No Bling, você encontra um sistema ERP completo para gerenciar seu negócio de forma prática e eficiente.
Estabeleça parcerias confiáveis
O sucesso do cross docking depende da existência de parcerias sólidas com fornecedores e transportadoras. Inclusive, os fornecedores são uma peça-chave para o bom funcionamento do sistema de distribuição. Portanto, firmar acordos com fornecedores de confiança é fundamental para a demanda dos clientes ser suprida.
Também é importante buscar transportadoras que ofereçam os serviços necessários, nas condições definidas para o negócio. Do contrário, os produtos podem ficar parados no centro de distribuição, o que vai contra o propósito do cruzamento de docas.
Desse modo, o ideal é escolher fornecedores e transportadores com uma boa reputação e alto nível de compromisso com os processos. Ter uma boa comunicação também ajuda a evitar ruídos e erros que prejudicam os envios.
Tenha um centro de distribuição com infraestrutura adequada
O centro de distribuição deve suportar a demanda de forma adequada e organizada, para manter a eficácia do sistema. Para tanto, deve ter a infraestrutura adequada para o transbordo das mercadorias com eficiência.
A localização do CD deve ser estratégica e, de preferência, ser próxima dos fornecedores e clientes finais para aumentar a eficiência. Ainda, o centro de distribuição deve ter espaço suficiente para realizar a triagem e separação dos produtos sem erros.
Tenha uma equipe de atendimento à disposição
Não existe um sistema de logística de distribuição que seja totalmente à prova de balas. Erros operacionais podem ocorrer, prejudicando o fluxo de entregas e, consequentemente, a reputação da marca perante seus clientes.
Por isso, é importante ter uma equipe de atendimento bem informada, que possa esclarecer aos clientes o status de seus pedidos e acalmá-los. Caso necessário, o time deve ser capaz de oferecer soluções adequadas para o público.
Ainda, a equipe de atendimento pode agir de modo preventivo. Diante de imprevistos ou erros que prejudiquem o prazo de entrega, os profissionais podem entrar em contato com os clientes para garantir transparência e estabelecer confiança.
Qual a diferença entre dropshipping e cross docking?
O cross docking e o dropshipping são dois modelos de distribuição logística que buscam mais eficiência, mas que têm um fluxo diferente. Enquanto no cross docking os fornecedores enviam os produtos para a empresa, que despacha para os clientes, no dropshipping o fornecedor envia diretamente para o cliente final.
Note que a principal diferença é a participação da empresa como intermediária do processo logístico. É nessa etapa que há uma nova embalagem antes do envio final, além de haver a conferência sobre o produto de acordo com o pedido.
Explore o potencial do cross docking no seu negócio
Agora você já sabe que o cross docking é uma estratégia de distribuição capaz de trazer economia e eficiência. Se essa abordagem fizer sentido para o seu negócio, não se esqueça de adotá-la com estratégia, em busca dos melhores resultados.
Com o Bling, você conta com o melhor da tecnologia para gerenciar os produtos e pedidos, além de cuidar de toda a documentação e dos envios.
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