Hoje, dia 8 de março, é celebrado o Dia Internacional da mulher, data importantíssima na conquista do espaço feminino nas esferas pessoal e profissional.

Desde o século XIX, mulheres de todo o mundo lutam por espaço no mercado de trabalho. Graças a essa constante luta o ambiente organizacional tem, pouco a pouco, se tornado um lugar mais justo e respeitoso para todas as mulheres.

Nada melhor que aproveitar a data para ouvir quem realmente entende.

Conversamos com a Carolina Moreno, Sales Account Executive da Performa Web e co-founder do grupo Mulheres no E-commerce.

Bling: Qual a sua trajetória até aqui?

Carol Moreno: meu primeiro emprego foi trabalhando em um hipermercado. Pouco tempo depois ingressei em novas oportunidades. Passei um período no mercado de tecnologia e posteriormente vim trabalhar com e-commerce. Apesar de ter apenas 26 anos, tenho quase 10 de experiência de mercado e já ganhei dois prêmios. Sempre trabalhei como executiva de negócios dentro de agências e, durante todo esse tempo, já passei por experiências boas e ruins. Hoje sou Sales Account Executive na Performa Web e co-founder do grupo Mulheres no E-commerce.

Bling: Quais desafios você já enfrentou por ser mulher?

Carol Moreno: ser mulher e jovem na área comercial não é uma coisa fácil. Muitas vezes, na mesa de negociação, o cliente espera por alguém mais velho, mais experiente, e quando chega uma mulher, vejo que a conversa muda de figura. Já passei por momentos que fui a uma reunião esperando fechar o negócio, esperando vender o meu projeto, e a única coisa que importava para a pessoa do outro lado era se eu iria ou não ficar para jantar. Não ser reconhecida pela profissional que sou e sim por ser mulher, são coisas que influenciam tanto a mim quanto a todas as outras mulheres em sua auto estima.

Bling: Quais desafios você enfrenta hoje por ser mulher?

Carol Moreno: acho que hoje, o meu maior desafio como mulher, estando numa posição corporativa, é desmistificar o mercado daquela velha visão de que é preciso manter um estereótipo. Para fechar um contrato grande ou, até mesmo, trabalhar com determinado cliente, a sociedade impõe que você precisa se vestir de tal forma, andar de tal forma e isso não é legal. Acho que mais pra frente isso vai acabar caindo por terra, por que o que precisa prevalecer é a nossa competência como ser humano, como profissional e não ser vista, antes de tudo, pela forma como estou vestida ou pelo sapato que estou usando.

Bling: O que você espera para o futuro das mulheres no mercado de e-commerce?

Carol Moreno: eu espero que no futuro as mulheres possam cada vez mais escalar em cargos. Hoje, por exemplo, o percentual de mulheres no mercado de e-commerce em cargos de C-Level, gerência e supervisão é baixíssimo. A maioria das mulheres hoje estão concentradas nos cargos de assistente e analista. Mas acredito que isso deve mudar. Nós, mulheres, já entendemos qual é o nosso lugar no mundo e estamos em busca de conhecimento constante. Cada vez mais as mulheres devem se empoderar, se unir e praticar a sororidade, para que de fato a gente consiga alcançar a almejada igualdade.

Bling: Como surgiu o mulheres no e-commerce?

Carol Moreno: o mulheres no e-commerce surgiu, na verdade, após uma situação que eu passei onde em uma negociação o cliente disse que não poderia fazer negócio com uma mulher. Eu fiquei frustrada e decidi que precisava fazer alguma coisa. E foi aí que eu tive a ideia de criar um canal do youtube, para gerar conteúdo relevante e ajudar a empoderar mulheres de diversos mercados através de conteúdo relevante. Desta forma, qualquer um que estivesse em busca de conhecimento, sendo homem ou mulher, aprenderia mais sobre o mercado através de uma mulher – e foi assim que o nosso projeto nasceu.

O Mulheres no E-commerce acabou crescendo muito além do que eu imaginava e hoje nós somos um grupo que ajuda e apoia cada mulher a se desenvolver e conquistar o seu espaço. Somos mais de 2.000 mulheres no facebook e temos um alto engajamento em todas as outras redes. O melhor é ver como todas essas mulheres são engajadas e que levantam a bandeira com a gente em todos os eventos que fazemos, parcerias que conquistamos e isso é muito legal. Foi uma surpresa pra mim como o mercado aceitou o grupo e como diversas mulheres se identificaram com a causa. Uma coisa que eu digo é que o projeto mulheres no e-commerce não é um projeto da Carol, mas sim um projeto para todo mundo, para todas as mulheres e acredito que ele vai continuar crescendo cada vez mais.