O advento do e-commerce vem se consolidando no gosto do público e mostrando que é algo muito mais amplo do que a simples comercialização on-line de produtos e/ou serviços.

Para atender às necessidades específicas que o mercado foi apresentando com o passar do tempo, surgiram diversos tipos de e-commerce a fim de suprir a demanda dos clientes e também facilitar a diferenciação de cada modelo de negócio, tipos de lojas e perfil de empreendedor.

Quando os sites de e-commerce começaram a ganhar popularidade, por volta da segunda metade da década de 1990, era praticamente impossível imaginar que atualmente teríamos tantas variedades de comércio virtual disponíveis.

O comércio virtual surgiu em 1994, criado por alunos da London School of Economics (Escola de Economia de Londres) que desenvolveram o NetMarket: a primeira plataforma de venda on-line. 

Essa foi a primeira vez que um sistema seguro envolvendo dados pessoais e dados de cobrança realmente funcionou. Dali em diante, a expansão desse tipo de negócio proporcionou surgirem vários tipos de e-commerce.

Eles vão desde lojas virtuais cujas vendas são específicas para empresas, até mesmo grandes varejistas que comercializam seus produtos diretamente para o cliente final, passando também por plataformas que conectam os consumidores e muito mais!

Conceituando o que é e-commerce

E-commerce  – gíria do inglês para o termo electronic commerce –  que em português significa comércio eletrônico é um tipo de comércio em que acontece a compra e venda de produtos e serviços, assim como as transações financeiras são realizadas 100% pela internet, por meio de dispositivos eletrônicos (computadores, smartphones, tablets).

Em um e-commerce, as empresas vendem seus produtos através de lojas virtuais próprias ou hospedadas em outras plataformas, nas quais torna-se possível comercializar quase tudo, desde que a empresa tenha uma página em uma plataforma de e-commerce para a gestão de suas vendas on-line.

Para o cliente a praticidade é enorme, já que basta acessar a loja virtual pelo dispositivo que preferir – desde que tenha acesso à internet – escolher seus produtos, realizar o pagamento no site e receber o item no conforto de casa.

Além da versatilidade de poder fazer isso a qualquer hora do dia ou da noite, 7 dias por semana.

E-commerce, loja virtual, marketplace é tudo o mesmo? 

Ao conceituarmos e-commerce no tópico acima tenho certeza de que você deve ter se questionado se marketplace e loja virtual são todas faces de uma mesma moeda.

Mas a resposta é #SQN – só que não!

Diferença entre e-commerce e marketplace

O marketplace trata-se de uma plataforma que conecta vendedores e consumidores, colocando múltiplos lojistas e uma infinidade de produtos num único site que funciona a grosso modo como um shopping center virtual.

Os gestores do marketplace fazem a administração da plataforma, cuidando da infraestrutura e oferecendo um espaço seguro para os lojistas comercializarem seus produtos e/ou serviços.

Em contrapartida, os lojistas pagam uma comissão sobre as vendas ou uma mensalidade fixa.

Ou seja, enquanto no e-commerce uma única empresa vende para seus clientes, no marketplace, uma outra empresa intermedia os negócios entre os compradores e os vendedores.

Entre os principais marketplaces, destacamos:

  • Mercado Livre; 
  • Americanas;
  • Magalu;
  • Amazon;
  • Carrefour;
  • Netshoes;
  • Zattini;
  • Dafiti;
  • Shopee;
  • Tricae;
  • Madeira Madeira;
  • OLX;
  • Elo7;
  • Leroy Merlin.

Diferença entre e-commerce e loja virtual

A partir da comparação acima, fica mais fácil observar que um e-commerce refere-se a qualquer forma de venda pela internet (marketplaces ou lojas virtuais).

Mas no caso específico de uma loja virtual  – o conceito refere-se a páginas de venda determinadas, cujo objetivo é dedicar-se a uma loja ou produto.

Tipos de e-commerce e suas características principais 

Com o exponencial crescimento dos e-commerces, esse modelo de vendas precisou modificar-se, passando a atender diferentes segmentos de empresas e os mais diversos tipos de clientes.

Essa modificação permitiu aos e-commerces que adequassem não só os produtos a vendas, mas também a abordagem correta, pois o modelo de negócio deve ser pensado para abarcar os diferentes tipos de comércio virtual.

Dessa forma, constituíram-se os principais tipos de e-commerce. Então se você quer entender quais são eles e qual tipo sua empresa se encaixa, confira os próximos tópicos.

Business to Consumer (B2C)

O B2C ou empresa para consumidor representa a relação de uma empresa com seu consumidor final.

Esse negócio pode ser:

  • Fabricante;
  • Revendedor;
  • Prestador de serviços.

Pois não existe uma regra que defina o tipo de operação da empresa – desde que ela venda algo ou realize um serviço de forma direta para uma pessoa física – que é o consumidor final.

Quem costuma comprar pela internet, provavelmente quase todas as compras feitas sejam nesse modelo B2C, como por exemplo: C&A, Renner, Riachuelo.

Essas marcas fabricam uma parte dos seus produtos internamente, mas também contam com fornecedores e parceiros, porém a venda é para o consumidor final, configurando o modelo B2C.

Business to Business (B2B)

O modelo de e-commerce B2B – ou empresa para empresa em português – é o tipo de e-commerce que representa a relação de fornecimento de produtos ou serviços entre as empresas.

Afinal, é quase impossível haver uma marca 100% independente – portanto, sempre que uma empresa compra de determinado fornecedor ela está envolvida em uma relação B2B.

Quando essa transação entre empresas ocorre no meio digital, configura-se um tipo de e-commerce B2B.

Por exemplo, quem tem uma loja de vestuário, provavelmente vai procurar fornecedores de tecido – e se a compra desses insumos for feita pela internet, é uma relação de venda de produtos por e-commerce B2B.

Quando se utiliza um software on-line para controle de estoque  configura-se uma relação de prestação de serviços B2B.

Consumer to Consumer (C2C)

O e-commerce C2C – que no português significa: consumidor para consumidor – trata-se da relação de compra e venda entre duas pessoas físicas (ambos considerados clientes finais).

Esse tipo de e-commerce costuma ser difícil de entender – então confere esse exemplo: o site Enjoei oferece um ambiente em que o público anuncia para venda e compra peças usadas ou peças novas que a pessoa nunca usou.

Então, ao comprar uma peça anunciada por determinada pessoa no Enjoei, você entra numa relação C2C por e-commerce.

Essa é uma modalidade muito popular nos e-commerces, justamente por oferecerem ao vendedor e ao comprador maior segurança no processo – já que as plataformas servem como intermediadoras – garantindo uma compra segura do início ao fim do processo.

Outras plataformas reconhecidas no mercado de e-commerce C2C são:

  • OLX;
  • Mercado Livre;
  • eBay. 

Consumer to Business (C2B)

O C2B – consumidor para empresa – na tradução,  é um tipo de e-commerce no qual pessoas físicas vendem ou prestam serviços para outras empresas.

Esse tipo de e-commerce ainda não tem ampla cobertura, sendo esse formato uma inovação no universo do e-commerce. 

Um exemplo comum dessa modalidade são as lojas que vendem produções livres de royalties, fazendo a comercialização de produtos como fotos, vetores e mídias – em sites como o Shutterstock ou similares.  

Também há processos de vendas em que os profissionais participam de uma concorrência, no qual os participantes ofertam a versão do produto (logotipo, estratégia de comunicação, etc), e a empresa escolhe um destes para fechar negócio – este é um bom exemplo de e-commerce C2B.

Atualmente, os bancos de imagem são a mais popular relação C2B do ambiente digital, já que pessoas comuns exibem seu trabalho para empresas que necessitam produzir conteúdos e acabam por adquirir as imagens.

Business to Administration (B2A) ou Business to Government (B2G)

Esse modelo – que em português significa: empresa para administração pública ou empresa para governo – ocorre quando determinada empresa oferece seus serviços ou realiza a venda de produtos no ambiente digital para instituição governamental.

Essa tende a ser uma das relações de e-commerce mais delicadas – devido à compra do produto ou serviço ser feita com dinheiro público, advindo dos impostos de contribuintes, da população em si. 

Isso imbuí a esse tipo de e-commerce uma grande dose de responsabilidade, pois empresas que se propõem a vender produtos ou prestar serviços para instituições do governo precisam passar por um processo de licitação – regulamentado pela Lei n.º 8.666/1993.

Existem grandes vantagens em negociar com órgãos do governo – a principal está ligada à credibilidade que a empresa contratada adquire frente aos concorrentes.

Citizen to government (C2G)

Distinto do tipo de e-commerce abordado acima – no qual o prestador de serviço era um CNPJ (pessoa jurídica), aqui é um CPF (pessoa física) quem negocia com as instituições governamentais.

Essa modalidade depende muito do próprio governo, pois dele deve partir a criação dos canais para os quais os cidadãos enviem sugestões de soluções para certos problemas de caráter específico.

Tipos de e-commerce de acordo com o canal de vendas utilizado

Agora, adentramos em outra categoria dos tipos de e-commerce, pois, nos tópicos anteriores, segmentamos as modalidades pelo perfil dos indivíduos envolvidos na relação. Agora, a diferenciação ocorre pelo canal de venda utilizado na transação.

Mobile commerce (M-commerce)

M-commerce, mobile e-commerce, ou ainda e-commerce por dispositivos móveis contempla todo e qualquer comércio virtual ocorrido através de smartphones ou tablets.

Para investir em m-commerce é necessário ter um site com design adaptado para dispositivos móveis de diferentes tamanhos de telas – sempre funcionando plenamente – e para tal, pode-se contratar uma plataforma de e-commerce com esse recurso, ou ainda criar um aplicativo próprio da marca.

Social commerce (S-commerce)

Esse S vem de social, sendo alusivo tanto às redes sociais quanto à interação social em si, já que nesse é o tipo de e-commerce os processos de compra e venda utilizam-se dos recursos oferecidos pelas redes sociais,  incluindo a própria plataforma e a opinião de outros usuários que participem da decisão final de compra.

A ideia propulsora do s-commerce é a exploração de diferentes redes sociais visando aumentar as vendas através do social selling – que é a venda ocorrida por esses canais.

Tanto as redes sociais quanto as empresas sabem da importância e do valor de uma estratégia assim, tanto que o Insta criou a funcionalidade Instagram Shopping e o Facebook optou pelo seu próprio marketplace – ambos grandes vitrines virtuais.

Tv commerce (T-commerce)

Nesse tipo, a ideia principal é explorar o potencial da mídia televisiva para alavancar as vendas, de forma que o T faz alusão à TV.

Com a internet é comum pensar que a televisão tornou-se uma forma de mídia obsoleta,  que ela não gera mais resultados expressivos. Mas esse é um pensamento errôneo, pois ainda há um público consumidor enorme dos conteúdos da TV – de forma que esta é ainda uma excelente estratégia para atingir determinados perfis de consumidores.

O t-commerce possui ampla influência no mercado, devido aos profissionais da área editarem novelas e programas de forma a adicionarem propagandas ou produtos que despertem o desejo de compra dos telespectadores.

Live commerce

O live commerce é um tipo de e-commerce que ganhou muita popularidade durante a pandemia, já que as pessoas estavam isoladas em suas residências.

Seu objetivo é promover a compra por meio de gatilhos e propagandas em lives e, mesmo após o fim da pandemia, esse recurso continua sendo utilizado pelas marcas, que além de patrocinar os artistas e criadores de conteúdo, usam o espaço da live para promoção de seus produtos e/ou serviços.

Outra modalidade em crescimento são as live shops, nas quais marcas ou lojas virtuais fazem lives nas redes sociais ou em outra plataforma de preferência mostrando os produtos ao vivo na câmera, e muitas vezes usando estratégias como cupons de desconto durante a transmissão para estimular a compra.

E-commerce não é tudo igual!

Ao longo do artigo deu pra ver claramente não é mesmo? Então, se você era um daqueles que achava que o assunto e-commerce era limitado apenas a compras on-line e lojas virtuais, percebeu a amplitude de detalhes sobre o assunto e os diversos tipos – cada um com suas particularidades.

Conhecer essas variantes ajudam a compreender melhor os modelos de negócios de empresas que fazem sucesso no comércio on-line, o que lhe permite criar ou aprimorar seu e-commerce e melhorar as vendas.

Se você gostou de aprender mais sobre os tipos de e-commerce (que são muitos!) e como eles funcionam, ou se este post ajudou o seu negócio de alguma forma, coloca nos comentários a sua experiência!

Até a próxima!