Você já percebeu como as mercadorias de fora do país têm um apelo especial no mercado brasileiro? Não é à toa que muitos empreendedores procuram saber como vender produtos importados legalmente.
O panorama nacional é animador para microempreendedores (MEIs) e microempresas (MEs). Segundo boletim da Secretaria de Comércio Exterior do governo federal, a participação dessas categorias no total de importações vem crescendo ao longo do tempo.
Em 2008, 12,6% das importações eram realizadas por MEIs e MEs; em 2022, a participação passou para 23,3%.
Seja pela qualidade diferenciada, inovação ou simplesmente pelo status que os itens importados carregam, não há como negar: existe um vasto oceano de oportunidades esperando por empreendedores ousados que querem expandir suas operações.
Se este é o seu caso, continue a leitura. Aqui, você vai descobrir como iniciar um negócio de importação e vender produtos importados pela internet de acordo com a legislação. Acompanhe!
O que você verá no artigo:
Produtos importados: como vender pela internet?
O primeiro passo para começar a vender produtos importados legalmente é saber a modalidade de importação com que você deseja trabalhar: importação direta, dropshipping ou Importa Fácil dos Correios. Você também deve se informar sobre as normas para importação de mercadorias. Depois, pode começar a estruturar seu negócio.
Confira, a seguir, os tipos de importação e as normas vigentes para importar mercadorias.
Tipos de importação de produtos
1. Importação direta
A importação direta permite maior controle sobre o processo de compra, qualidade dos produtos e custos, mas requer mais conhecimento sobre as normas e capacidade de gerenciar complexidades burocráticas.
Por isso, é importante contar com o serviço de um despachante para auxiliar com o desembaraço aduaneiro.
É o modelo mais indicado para quem tem espaço de armazenamento para estocar os produtos.
2. Importa Fácil (Correios)
O Importa Fácil é um serviço oferecido pelos Correios para facilitar a importação de mercadorias para uso pessoal ou comercial.
Esse serviço é destinado a importações de menor escala e conta com assistência no desembaraço aduaneiro e na logística de entrega.
O Importa Fácil é uma boa opção para MEIs, pois oferece um processo simplificado e custos operacionais reduzidos em comparação à importação direta.
3. Dropshipping
No dropshipping — modalidade de e-commerce —, o importador é um intermediário entre o fornecedor e o consumidor final, já que a proposta é vender sem estoque.
Esse modelo de negócio reduz os custos de armazenamento e elimina a necessidade de investimento inicial em estoque. No entanto, o controle sobre o processo de envio e a qualidade dos produtos é limitado, e o prazo de entrega pode ser mais longo.
Vale a pena contar com um consultor especializado para se informar sobre a aplicação das normas de importação e tributação.
Normas de importação
1. Registro no Siscomex
Para vender produtos importados legalmente você precisa registrar sua empresa no Siscomex — Sistema Integrado de Comércio Exterior. Este sistema do governo federal supervisiona todas as atividades de exportação e importação no país.
O registro é conhecido como RADAR (Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros) e possui três modalidades, de acordo com o valor das importações:
- expressa: com um limite de importação de até US$ 50 mil por semestre;
- limitada: permite importações de até US$ 150 mil por semestre;
- ilimitada: para importações que excedem US$ 150 mil por semestre.
Aqui, cabe uma observação importante. O MEI é dispensado do RADAR caso faça importações de até US$ 3 mil por operação utilizando os Correios. Contudo, esse tipo de empresa pode ser enquadrado na modalidade expressa para importar até US$ 50 mil, como visto acima.
Só que esse valor — equivalente a R$ 250 mil — é muito superior ao limite de faturamento anual do MEI de R$ 81 mil (em 2023).
Ou seja, para evitar problemas fiscais, você precisa se manter dentro do limite ou migrar para a categoria de microempresa (ME), cujo faturamento anual é de R$ 360 mil.
Leia também: Quais as diferenças entre MEI e ME: tudo o que você precisa saber!
2. Licença de importação
No Brasil, embora muitas operações não exijam mais este licenciamento, ainda há mercadorias que necessitam da autorização.
Para saber se a licença é necessária para o seu produto, você precisa da NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) do produto. Você pode pesquisar as NCMs no site do Portal Único do Comércio Exterior.
Depois de determinar este código, você deve consultar a Receita Federal sobre a necessidade ou não da licença de importação.
A NCM também serve para determinar os tributos envolvidos nas operações de comércio exterior.
Como você pode ver, buscar informação e orientação pode ser um fator decisivo para evitar problemas e garantir que seu negócio se desenvolva de forma sustentável e lucrativa.
Afinal, vender produtos importados legalmente não se resume apenas a encontrar as melhores mercadorias, mas também a gerenciar todos os aspectos administrativos e operacionais de uma empresa de importação.
Como iniciar um negócio de importação? 8 dicas para vender on-line
Confira os 8 passos necessários para vender produtos importados pela internet:
1. Analise o mercado
2. Defina seu nicho
3. Crie uma loja virtual
4. Encontre os fornecedores
5. Precifique as mercadorias
6. Estruture a logística
7. Aposte em divulgação
8. Gerencie sua loja de importados
Veja o que é necessário em cada etapa.
1. Analise o mercado
Antes de mais nada, é fundamental estudar e compreender o mercado. Pesquise que produtos importados têm uma grande demanda e quais são as tendências do momento.
Procure observar os concorrentes e identifique as melhores oportunidades.
2. Defina seu nicho
Escolha um nicho de mercado — neste caso, uma categoria de produto ou um segmento (eletrônicos, papelaria, brinquedos etc). Essa definição pode ser baseada na sua experiência em algum segmento, interesses ou em uma demanda do mercado.
Segundo o iDinheiro, os 10 melhores produtos importados para vender em 2023 são:
- roupas;
- eletrônicos;
- semijoias;
- maquiagens e cosméticos;
- calçados;
- perfumes;
- acessórios para carros;
- suplementos;
- acessórios para smartphones;
- games.
Um nicho bem definido ajuda a atrair um público-alvo específico e a construir uma marca forte.
3. Crie sua loja virtual
Você pode criar um site para a loja utilizando uma plataforma de e-commerce — como a Nuvemshop ou Shopify — ou optar por vender em marketplaces, como Shopee, AliExpress ou Amazon, por exemplo.
Procure se informar sobre as vantagens e desvantagens de cada um, preços dos planos e taxas de comissão para os seus produtos. Assim, você consegue escolher a melhor opção para o seu negócio.
4. Encontre fornecedores
Busque fornecedores internacionais confiáveis e que ofereçam produtos de qualidade. Sites como Alibaba e eBay podem ser boas opções para encontrar fornecedores da China e dos EUA.
Considere fatores como custo do produto (por unidade e em lotes), qualidade, confiabilidade nas entregas e condições de pagamento.
5. Precifique as mercadorias
Quando você compra mercadorias importadas em grande quantidade a preços competitivos, você pode trabalhar com uma boa margem de lucro por unidade de produto.
Qual a margem de lucro de uma importação?
A margem de lucro dos negócios varejistas de produtos importados varia entre 7% e 15%, dependendo do nicho de mercado. Contudo, algumas mercadorias podem ter margens de lucro que chegam a 30%. Essa variação é influenciada pelo tipo de produto, preço de compra, custos de importação e estratégias de precificação.
Antes de bater o martelo no preço final dos seus importados, dê uma olhada no preço praticado pela concorrência.
Claro que cada negócio tem necessidades únicas e trabalha com preços diferentes. Porém, essa estratégia é válida para que o valor do seu produto não fique fora da realidade — nem para mais, nem para menos.
6. Estruture a logística
Nesta etapa, você define como seus produtos chegam até você — os três tipos de importação, lembra? — e como são entregues aos consumidores.
O envio para os clientes pode ser realizado pelos Correios, transportadoras ou pela logística de entrega própria dos marketplaces onde você vende.
Suas escolhas determinam as opções e valores de frete, assim como a política de trocas e devoluções.
Tenha em mente que uma logística eficiente é um dos fatores que mais afetam a satisfação do cliente.
7. Aposte em divulgação
Faça com que seu público-alvo conheça seus produtos, com estratégias de marketing digital para e-commerce que incluem SEO, anúncios pagos, redes sociais, marketing de influência etc.
Tudo isso aumenta a visibilidade da sua loja de importados e ajuda a atrair e conquistar mais clientes.
8. Gerencie sua loja de importados com um ERP
Por fim, você precisa fazer uma gestão eficiente de todos os processos administrativos e operacionais do seu negócio de importação. Afinal, são muitas as tarefas diárias necessárias para vender produtos importados legalmente.
A melhor solução para o seu trabalho é investir em um sistema de gestão empresarial (ERP) completo e fácil de usar, como o Bling.
Com o Bling, você faz:
- controle de estoque;
- gerenciamento de pedidos;
- emissão de notas fiscais;
- rastreamento de envio e muito mais.
O ERP também possui integrações com diversos marketplaces e plataformas de e-commerce, além de integrações logísticas com os Correios e muitos outros serviços de entrega — inclusive para dropshipping.
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